Dia 21 de janeiro marca reflexão e combate à intolerância religiosa
Especialista Michelle Heringer destaca os desafios do combate a essa forma de discriminação no ambiente de trabalho
No mês de janeiro, o Brasil reforça a luta contra a intolerância religiosa, com destaque para o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, celebrado em 21 de janeiro. A data foi instituída pela Lei Federal nº 11.635, de 2007, em homenagem à Iyalorixá Mãe Gilda, vítima de um violento episódio de intolerância em 1999, que culminou na invasão e depredação de seu templo e na agressão ao seu marido.
A luta pelo respeito às diferentes crenças religiosas ganhou ainda mais relevância em 2024, com o aumento expressivo das denúncias de intolerância registradas no Disque 100, canal de denúncias do Ministério dos Direitos Humanos. No primeiro semestre, houve um crescimento de 80% em relação ao mesmo período de 2023, saltando de 681 para 1.227 ocorrências reportadas.
Entre os cenários mais críticos, destaca-se o ambiente de trabalho. Segundo especialistas, manifestações de discriminação, como comentários depreciativos, restrições ao uso de símbolos religiosos e exclusão de oportunidades, comprometem a convivência harmoniosa e o bem-estar dos profissionais.
A advogada especialista em assédio no trabalho, Michelle Heringer, ressalta que discriminações religiosas são um desafio ético e legal. “A intolerância religiosa no ambiente de trabalho afeta diretamente a convivência, a produtividade e o bem-estar dos colaboradores. Tais práticas desrespeitam direitos fundamentais garantidos pela Constituição e enfraquecem o senso de coletividade nas organizações”, afirma.
De acordo com a especialista, combater esse problema requer medidas efetivas por parte das empresas. “As lideranças têm um papel fundamental em criar um ambiente de respeito e inclusão, onde diferentes crenças possam coexistir em harmonia. Isso não só reduz conflitos, mas também fortalece a cultura organizacional, valorizando a pluralidade e construindo equipes mais engajadas e unidas”, conclui.