Artista plástica goiana Eloisa Lobo ilustra
capa do Anuário de Arquitetura da Bahia
Primeira artista do Centro-Oeste
a integrar a publicação, goiana criou obra inspirada nos espetáculos a partir
de dois cartões-postais baianos
Sutileza e um olhar poético sobre a vida, as pessoas e as
emoções, são partes essenciais do trabalho da artista plástica Eloisa Lobo. A
goiana acaba de ser a primeira representante do Centro-Oeste a ilustrar a capa
do Anuário de Arquitetura da Bahia de 2022/2023, em sua vigésima edição, com
uma obra que presta uma homenagem à terra do Carnaval. O desenho foi a primeira
criação da artista desde o seu retorno de uma temporada de pesquisa na Europa,
onde passou por cidades da Espanha e França.
Eloisa vem de uma pesquisa aprofundada dos espetáculos,
começando pelo circo, trafegando entre as bailarinas e mergulhando no tablado
até chegar a levitar ao redor das suas séries lúdicas. Ao retornar da Europa, a
artista empenha-se diretamente a série Ekos, uma representação dos espetáculos
com foco nos locais onde eles acontecem. Desse modo, os monumentos invadem a
série como regra, eles se perpetuam e se multiplicam através do céu, do mar, da
terra e suas cores.
Celebrada no cenário de arte nacional, sua história com a
Bahia vem de anos, uma parceria íntima, construída por meio da Tria Galeria de
Arte, de Salvador. “Nesta série, trago o espetáculo através de monumentos
pontuais que se juntam ao balanço, da água, da terra e do ar. Retrato
movimentos com o frescor dos azuis misturados com o árido das areias, os
encontros, fios que se esbarram e se embaralham. Portanto, na obra intitulada
‘Bonfim e o mar | O elevador e o mar’, trago dois dos extraordinários
monumentos da Bahia, a Igreja do Bonfim e o Elevador Lacerda, onde acontecem os
espetáculos do cotidiano da vida dos baianos e, posso dizer, dos brasileiros”,
conta.
Como características, as obras da artista trazem traços
trêmulos, mas ao mesmo tempo meticulosos e certeiros, as tonalidades são
foscas, leves e contemplativas, com pitadas de dourado. Sobre a paleta de
cores, Eloisa tem o cuidado de produzir uma a uma depois de se deparar com a
necessidade de incluir em suas obras tons que não costumavam ser oferecidos
pelo mercado. Ela cria, então, sua própria paleta se respaldando na
psicodinâmica e em um colorismo fosco e delicado. “É um privilégio único ter
recebido esse convite de construir uma obra para ilustrar um anuário tão
importante para o estado da Bahia. É uma região inteira de posse deste anuário,
um trabalho que ficará perpetuado por anos. Então me sinto grata e lisonjeada
pelo reconhecimento de Salvador a mim, uma goiana”, comemora.
Sobre Eloisa
Lobo
Natural de
Goiânia, Eloisa Lobo é formada em Artes Visuais (FAVGO), com especialização em
Pintura, pós-graduada em Marketing e Comunicação pela USP/Cambury. Ministrou
aulas em algumas faculdades de Goiás e sempre esteve envolvida com artes em
diversos momentos de sua vida, observando, ensinando ou praticando. Passou
pelos processos de desenho, aquarela, escultura, gravura, instalação e artes
gráficas. Hoje atreve-se a achar que depois de muito estudo e prática, se
relaciona melhor com a pintura do qual dedica a moeda do tempo. Mora em Goiânia
Goiás onde, em seu ateliê, vive pela e para a arte.