Dia Nacional de Prevenção à Obesidade é
celebrado em 11 de outubro
Um a cada quatro brasileiros estão com excesso de peso ou obesos, ou seja, uma parcela de 60% da população enfrenta esse problema de saúde, considerada uma epidemia mundial. É o que revela o relatório “Cuidar de todas as formas”, manifesto sobre a obesidade assinado por várias entidades médicas nacionais. E a perspectiva para o futuro não é otimista: além de alta, o estudo prevê ainda que há uma tendência no crescimento desse número.
“A obesidade, que consiste no acúmulo excessivo de
massa corporal, é uma doença complexa, que pode ser decorrente de predisposição
genética, fatores emocionais e doenças endocrinometabólicas. Devemos considerar variados fatores
que contribuem para esse cenário preocupante, com uma alta taxa de prevalência”,
diz a nutricionista e professora do curso de Nutrição da Faculdade Anhanguera, Thaliane Dias
Mack.
A especialista adiciona ao contexto o período de
pandemia de Covid-19 que deixou a população mais vulnerável ao consumo de
alimentos industrializados. “A obesidade decorre, principalmente, de um estilo
de vida em desequilíbrio com a saúde. Associado ao sedentarismo e ingestão
exagerada de alimentos com alto teor de gorduras, açúcares, sal e outros
aditivos químicos. O consumo de alimentos ultraprocessados também contribuem
para esse cenário de epidemia mundial”, salienta.
A obesidade, inclusive, é considerada fator de
risco para o desenvolvimento das formas graves de Covid-19. “O isolamento
social fez com que muitas pessoas deixassem de praticar atividades físicas o
que só agrava mais a situação”, diz Sandra. Um estudo realizado pela
Federação Mundial da Obesidade aponta que a taxa de mortalidade em países onde
as pessoas estão com excesso de peso ou obesas é 10 vezes mais elevada, se
comparada com países em que menos da metade da população encontra-se nessa
condição.
“Nessa
pandemia, com alta taxa de mortalidade, existem algumas doenças que tornam o
indivíduo mais vulnerável a complicações se contraída a Covid-19. A obesidade
deixa o organismo num tipo de ‘estado inflamatório’, que pode ser agravado pela
infecção, o que pode levar o paciente a desenvolver um quadro clínico muito
grave”, alerta Thaliane.
“O
excesso de peso deve ser combatido. Deve-se também estimular a prevenção da
doença. Há tratamento medicamentoso, porém, não existem nenhum ‘milagre’ nesse
processo. Por isso, é importante buscar sempre um estilo de vida saudável, com
alimentação equilibrada e prática de atividade física por pelo menos 150
minutos na semana desde que acompanhada por um profissional de Educação Física
também”, defende a professora. “Devemos estar atentos às doenças que podem ser
desenvolvidas com o excesso de peso, como a Diabetes mellitus, que pode levar a
complicações muito graves como cegueira, distúrbios cardiovasculares,
insuficiência renal e amputação de membros”.
“É
muito importante buscar a orientação de profissionais de saúde, uma equipe
multidisciplinar, para aconselhar na prática de atividades físicas, dietas e
tratamento adequados, de acordo objetivos e condições físicas”, avisa a
professora. Confira mais dicas:
- Faça um checkup para verificar as
condições atuais de saúde;
- Consulte um nutricionista para
avaliação e prescrição de cardápio individualizado e que atenda às necessidades
de cada paciente, considerando aspectos como preferência alimentar, além do
panorama financeiro e sociocultural;
- Busque praticar atividade física
em torno de 150 minutos semanais divididos de 3 a 5 vezes por semana;
- Adote um novo estilo de vida, se
alimentando com plena consciência do que faz bem ao corpo, do que nutre. Ainda
busque ajuda para quaisquer desequilíbrios emocionais, além de auxílio médico
para realização de exames mais aprofundados.