A
pandemia do novo coronavírus revelou um dado surpreendente e, ao mesmo tempo,
triste. No ano em que a Lei Maria da Penha completa 15 anos, o aumento da
violência doméstica e familiar contra a mulher, em função do isolamento social,
acendeu o alerta para crimes cometidos dentro de casa.
Por
este e outros motivos, o Hospital Regional de Formosa, administrado pelo
Instituto de Medicina, Estudos e Desenvolvimento (IMED) realizou na última
terça-feira (10) uma palestra para falar sobre o tema da violência doméstica.
O
palestrante convidado foi Fernando Oliveira Samuel que é juiz da 2ª Vara
Criminal de Formosa. O magistrado falou aos colaboradores da unidade hospitalar
sobre este assunto tão delicado e igualmente importante para toda a sociedade.
“É
nítido que em função do isolamento social os índices de criminalidade nas ruas
caíram e, portanto, o cenário de violência doméstica teve um aumento
significativo durante a pandemia”, afirma o juiz.
Acolhimento
psicossocial
Cuidar
e acolher toda e qualquer dor física ou emocional é um dos objetivos do HRF.
Para tanto, o hospital conta com uma equipe de alta performance para atender os
mais variados diagnósticos. Em se tratando de vítimas de violência doméstica, o
equipamento hospitalar possui uma junta médica que recebe, medica e cuida dos hematomas
causados pelas agressões.
Além
disso, a pessoa agredida que ingressa na unidade carrega consigo feridas que
são invisíveis, mas que doem tanto quanto os ferimentos físicos. Nessa hora, o
apoio psicossocial desempenhado pela psicóloga Sayonara de Cassia G. Batista é extremamente importante. Sayonara é a
profissional responsáveis por ouvir e amparar a dor emocional de quem passa por
tamanha exposição e abalo psíquico.
“Com
o aumento da violência doméstica diante da pandemia nosso papel é, antes de
tudo, primordial para o resgate da autoestima feminina. O HRF recebe mulheres
vítimas desse crime e precisamos ouvir, acolher e, principalmente, confortá-las,
pois sabemos que essa é uma realidade difícil de ser encarada”, conclui
Sayonara.
Lei
Maria da Penha
Muitas
medidas foram realizadas para minimizar crimes como feminicídio e a violência
doméstica familiar. A mais importante delas, a Lei 11.340 foi sancionada em 07
de agosto de 2006, que ficou nacionalmente conhecida como Lei Maria da Penha. O
nome é uma homenagem à Maria da Penha, mulher vítima de duas tentativas de
feminicídio cometidas pelo seu marido.
Durante
os 15 anos de vigor da lei muitas mudanças ocorreram no país. Entretanto,
inúmeras mulheres ainda sofrem violência e, por diversos motivos, não têm coragem
de denunciar seus agressores.
De
acordo com dados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos
(MMFDH), em 2020, mais de 105 mil denúncias de violência contra a mulher foram
registradas nas plataformas Ligue 180 e Disque 100. Do total de registros
telefônicos, mais de 75 mil ligações foram para denunciar violência doméstica e
familiar contra mulheres.
Atenção
aos sinais
Por
outro lado, desde julho de 2020 a campanha “Sinal Vermelho contra a Violência
Doméstica” ganhou força no estado de Goiás e ajudou a preservar centenas de
vidas femininas.
Além
disso, é importante ressaltar que qualquer pessoa que presencie ou passe por
situação de violência familiar física, moral, psicológica ou virtual pode
acionar o disque denúncia por meio da plataforma Ligue 180.
Para
o juiz da 2ª Vara Criminal de Formosa, é essencial que amigos e familiares
estejam atentos aos sinais de agressão doméstica. “A pessoa fica desequilibrada
emocionalmente e isso repercute muito na esfera individual. O importante é,
caso detectado qualquer vestígio de violência, rapidamente acionar as forças
policiais e, consequentemente, os mecanismos protetivos da Lei Maria da Penha”,
finaliza Samuel.
Sobre o HRF
O Hospital
Regional de Formosa foi estadualizado em abril de 2020. O processo teve início
em agosto de 2019 e passou pela aprovação da Câmara dos Vereadores e da
Assembleia Legislativa. O Instituto de Medicina, Estudos e Desenvolvimento –
IMED assumiu a gestão, em junho, com o compromisso de ampliar o atendimento à
população instalando 10 leitos de UTI para pacientes com Covid-19.
As obras estão
em andamento e durante o processo de regionalização a população continuará
contando com os serviços de Pronto Socorro 24 horas, clínica médica, ortopedia
e atendimento a gestantes. Passada a urgência da pandemia o Hospital com
melhorias na infraestrutura ficará para a região, ampliando as opções de
atendimento para usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).
____________________________________
Assessoria de
Comunicação Hospital Regional de Formosa/ Ecco Comunicação
Aline Marinho
(11) 95484-9927 – aline@ecco.inf.br
Dario
Vasconcelos (11) 95761-7712 – dario@ecco.inf.br