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Faltam empreendimentos de chácaras e lotes em condomínios rurais na Região Metropolitana do Distrito Federal

 

A necessidade de isolamento social definiu a residência como o lugar mais seguro para quem quer passar incólume pela pandemia. A pandemia tem feito os brasileiros planejarem a vida longe das aglomerações e buscarem imóveis afastados dos grandes centros. Entre os locais mais procurados estão as casas no interior e as do litoral

Foto: Aurea Regina.

Algumas casas de campo e praia viraram business para os proprietários que estão com contratos fechados até o final do ano. Já as vendas de imóveis em condomínios fechados também cresceram expressivamente.

O covid-19 deu nova conotação à palavra “morar”. “Quero uma casa com quintal, onde, nesses tempos de covid-19, eu possa ter uma horta e que haja espaço suficiente para a minha família praticar seus hobbies. Onde tenhamos espaço para ampliar nossa liberdade de criação”, disse ao portal a intérprete de libras Magda Petter Oliva, 46, mãe de duas estudantes com 12 e 20 anos.

Foto: Marcelo Alves.

O home office ou a possibilidade do trabalho à distância ser uma tendência mesmo pós-pandemia, aliado ao adiamento das viagens internacionais fizeram com que muitas pessoas buscassem alternativas para garantir melhor qualidade de vida. Para esse novo cotidiano é necessário mais espaço interno, área de lazer e descanso, contato com a natureza, e tudo que permita uma vivência confortável junto à família. Com a aceleração da tecnologia os profissionais também perceberam que podem trabalhar de suas casas com mais segurança e produtividade.

Foto: Orlando de Castro.
De acordo com Yslanda Barros, CEO da Ética Empreendimentos Imobiliários estão no topo do ranking a procura pelos seguintes perfis: “tivemos aumento expressivo em virtude da pandemia por casas em condomínios clube com área de lazer privativo, casas de campo longe de metrópoles e apartamentos em praias com com ótimo acesso à internet, que são buscados para passar temporada e também em definitivo”.

Todas essas questões movimentam o mercado imobiliário. Pesquisas dos maiores portais do setor imobiliário apontam aumento de 63% na busca por imóveis rurais desde o início da quarentena. Em um ano, a procura subiu 336%.

“Muitas pessoas que escolhem o interior e litoral de forma permanente ou temporada estão buscando risco menor de contágio, segurança e calmaria. A nova forma de vida traz refúgios com mais espaço e qualidade para passar o período de confinamento. Mas tudo isso é momentâneo, pode ser que a busca por imóveis desses perfis diminua em relação ao término da pandemia ou a chegada das vacinas”, finaliza a especialista em mercado imobiliário.


Medo do Coronavírus
Foi pelo medo que tem do covid-19 que a dona de casa Amélia Vieira, 58, fechou a casa que tem em Valparaíso de Goiás (GO), região do Entorno do Distrito Federal, para morar em uma chácara em Luziânia (GO).

“Sou hipertensa e tenho uma filha cardíaca, de 24 anos. Levei, nas primeiras semanas, meu pai, de 93 anos, que além de ter Alzheimer usa marca-passo, para ficar com a gente. Somos todos do grupo de risco e isso me preocupa muito”, disse Amélia.

Como a opção pela mudança foi repentina, não deu para preparar a chácara para o pai, que acabou tendo de voltar pois requer muitos cuidados. “Lá havia risco até de ele se perder, por causa do Alzheimer”, disse Amélia que, devido às necessidades do pai, acaba retornando, uma semana a cada mês, a Valparaíso. “Por precaução, minha filha permanece na chácara”, disse.

Não apenas as vendas de imóveis com espaços amplos estão em alta nesta fase de restrições sociais impostas pelo coronavírus. A maior plataforma de locação de imóveis do mundo, o AirBnb, confirma que há uma tendência nos centros urbanos do Brasil de busca por imóveis para longas estadias.

Mas o que, afinal, são esses imóveis rurais? 
São levados em consideração apenas os imóveis fora das cidades. Aqui estão incluídas casas de campo, casas de condomínio, chácaras, terrenos, loteamentos etc. Não entram na conta apartamentos nas cidades do interior, por exemplo.

Por que o interior virou objeto de desejo? 
A pandemia certamente tem um peso relevante nessa decisão. No entanto, o medo de pegar o coronavírus não é o único responsável pela migração para um estilo de vida mais tranquilo. As pessoas estão presas em casa por causa da pandemia, então o espaço e o lazer que um imóvel no interior oferece podem tornar a quarentena mais tolerável.

Além disso, muitas empresas devem adotar o home office daqui para a frente, principalmente considerando que levará um tempo até que a normalidade retorne. A migração do ambiente de trabalho para dentro de casa já está produzindo uma demanda por imóveis maiores, mas o sossego de mudar-se das grandes cidades é um bônus.

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