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Maior congresso do setor realizado no Brasil acontecerá de 1° a 3 de outubro e será 100% online 


O surgimento de tecnologias inovadoras na área de reprodução assistida têm possibilitado novas oportunidades para a preservação e restauração da fertilidade feminina e masculina. Com o objetivo de debater sobre o assunto, especialistas em reprodução humana participam  de 1° a 3 de outubro do XXIV Congresso Brasileiro de Reprodução Assistida (CBRA 2020). Promovido pela Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), o Congresso é o maior evento sobre o tema realizado anualmente no Brasil e, em 2020, será 100% online. 


Segundo o presidente do CBRA, Roberto Antunes, graças ao excelente relacionamento da SBRA e de toda a comissão organizadora com a comunidade científica mundial, foi possível estruturar uma programação compacta, mas repleta de autoridades mundiais da área de reprodução assistida. “Será um evento fantástico para todos os participantes, especialmente nós brasileiros, onde teremos a oportunidade de acompanhar um alto nível de discussões, colocando o CBRA no mesmo patamar de outros eventos europeus e americanos”, ressalta.


Para discutir os principais avanços alcançados pelo diagnóstico genético pré-implantacional não-invasivo (NICS), técnica que diminui os riscos de danos ao embrião no momento da coleta de material para análise de seu DNA, o ginecologista creditado pela SBRA José Gonçalves Franco Júnior, fará uma palestra na mesa-redonda sobre novas tecnologias em reprodução assistida que acontecerá no dia 3 de outubro, das 16h30 às 18 horas. 


De acordo com Franco Júnior, a nova tecnologia analisa o DNA do embrião a partir do meio de cultivo em que ele é desenvolvido, sem necessidade de retirar células, diminuindo os riscos de danos e de perda embrionária. “Menos invasivo do que o PGT-A (diagnóstico genético pré-implantacional) e com resultados promissores até o momento, o NICS enfrenta desafios, mas caminha para se tornar a metodologia preferencial na seleção de embriões”, explica.


Estudo brasileiro – Um estudo brasileiro recentemente publicado no Jornal Brasileiro de Reprodução Assistida (JBRA Assisted Reproduction), produzido em parceria com grandes centros de reprodução do país, buscou avaliar a presença de alterações cromossômicas no embrião de acordo com a idade de cada paciente a partir da técnica de diagnóstico pré-implantacional não invasivo, o grande diferencial dessa tecnologia. Foram analisados 94 casais, que receberam a orientação para realizar o procedimento devido à idade materna mais avançada, fatores masculinos, repetidas falhas de implantação, abortos recorrentes ou porque apenas solicitaram o exame.


“Os resultados são promissores, tornando o NICS, de imediato, potencialmente capaz de reduzir os resultados falsos positivos do diagnóstico genético pré-implantacional, além de evitar possíveis perdas embrionárias pelo ato da biópsia”, avalia Franco Júnior. 


O estudo analisou dados preliminares com 50 embriões doados para pesquisa – que possuíam diagnóstico prévio anormal por PGT-A, os quais evidenciaram que, após cultura dos blastocistos e obtenção do DNA livre, obteve-se um total de 7.6% de resultados falsos positivos e 10% de resultados falsos negativos quando comparados com o DNA do embrião total (padrão ouro). Por outro lado, quando se compararam os resultados prévios obtidos pelo PGT-A invasivo versus a análise final do DNA do embrião total (padrão ouro), a incidência de falsos positivos foi de 24% (dados preliminares), sugerindo que o estudo do meio de cultivo (NICS) seria mais fidedigno da totalidade do embrião. “Acreditamos que o NICS é uma evolução na análise genética dos embriões”, finaliza o ginecologista.


QUALIDADE CIENTÍFICA – Em sua 24ª edição, o CBRA acontecerá virtualmente, no período de 1º a 3 de outubro e será totalmente gratuito para sócios da SBRA, da Associação Brasileira de Embriologistas (PRONÚCLEO) e da Red Latinoamericana de Reproducción Asistida (REDLARA).  Ao longo de três dias de evento, especialistas nacionais e internacionais de diversas áreas da saúde e de vários países estarão reunidos com o objetivo de debater os avanços da área e abordarão temas como: protocolos de estimulação ovariana, falha de implantação embrionária, manejo do paciente azoospérmico, fragmentação do DNA espermático e uso de espermatozoides testiculares, técnicas de biometria facial na escolha de doadores, entre outros. 


Segundo a presidente da SBRA, Hitomi Nakagawa, o rico teor científico do CBRA será mantido e o evento vai continuar com a sua missão de qualificar ainda mais o exercício da reprodução assistida no Brasil e no mundo. "Nesta situação inusitada que vivemos e com a construção da grande rede de profissionais que representa a SBRA, não poderíamos deixar passar em branco as evoluções que estão acontecendo e a troca de experiências fundamentais para quem trabalha na área. Sem dúvida, também já estamos em contagem regressiva para nos abraçarmos após vencer essa etapa das nossas vidas, no XXV CBRA, que ocorrerá no Rio de Janeiro, em 2021”, diz.


O Congresso é interdisciplinar e aborda aspectos de cada área envolvida no processo da Reprodução Assistida. Podem participar profissionais interessados no tema, associados ou não à SBRA, como embriologistas, enfermeiros, psicólogos, advogados, biomédicos, farmacêuticos, veterinários e biólogos, e médicos que atuam em reprodução humana e áreas afins, como ginecologistas, urologistas, oncologistas e gestores de clínicas.


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