Os protestos que estão marcados para hoje, quarta-feira devem ter aproximadamente 50 mil manifestantes, segundo informações da própria Polícia Militar. Os ativistas pedem que os participantes evitem qualquer episódio de violência na Esplanada dos Ministérios
Bolas foram colocadas diante do Congresso
O Eixo Monumental será bloqueado entre a Rodoviária do Plano Piloto e o Palácio do Planalto para trânsito de veículos, a partir das 12h. A Polícia Militar anunciou que fará revistas para tentar barrar o uso de armas, bombas caseiras e morteiros.
No Facebook, a organização do movimento nomeia o ato como "ocupa" e diz se tratar de um protesto apartidário. "Ocupa" é mais do que a ocupação física nas ruas ou em símbolos do poder do governo, é a conscientização de que o poder do povo precisa ser exercido, é uma ideia e essa ideia não irá se apagar."
O movimento desta quarta-feira deveria reivindicar o arquivamento da PEC 37, o que já ocorreu ontem no Congresso, a saída de Renan Calheiros da presidência do Senado, a investigação das obras da Copa 2014, a aprovação de uma lei no Congresso Nacional que transforme a corrupção em crime hediondo, o arquivamento do PLS 728/2011 (que transforma manifestação em ato de terrorismo) e a participação popular na reforma política.
Outra organização, "Rio de Paz", protesta contra o silêncio de alguns parlamentares sobre as manifestações populares registras há 12 dias no país. Todos os parlamentares do PCdoB se manifestam na Câmara e Senado, apoiando as lutas populares e sugerindo pautas como a redução da jornada de trabalho, o aprofundamento da reforma agrária, a baixa dos juros. Essa organização colocou bolas de futebol pintadas com cruzes vermelhas na Esplanada. Para simbolizar "a sociedade passando a bola para os parlamentares brasileiros" com o intuito de “que os anseios do povo sejam atendidos”, às 17h30, as bolas serão chutadas em direção ao Congresso Nacional.
Na página Manifestação Brasília, que agrega informações sobre diversos protestos na cidade, um comunicado explicava que, em função do jogo do Brasil na Copa das Confederações, marcado para as 16h, pode ser que o ato perca visibilidade e até adesão. “Pedimos que as pessoas não usem máscara ou vão com o rosto coberto. É um protesto de cara limpa. Quem não deve, não teme”, avalia Hamilton Xavier, integrante do #Ocupa.
No começo da tarde, é a vez de ativistas contestarem a permanência do deputado Marco Feliciano (PSC/SP) na presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara. A intenção é se concentrar na Praça dos Três Poderes, às 13h, mas, caso não seja possível, em função do isolamento da área, eles pretendem se reunir em frente ao Anexo IV da Câmara.
A Marcha do Vinagre e o Dia do Basta mantiveram a agenda prevista originalmente e sairão da praça do Museu da República às 16h. De acordo com a estudante Amanda Caetano, integrante do Dia do Basta, existe uma preocupação com a chegada de participantes caso se concretizem os boatos de paralisação dos rodoviários. “Queremos garantir a imagem pacífica do protesto e a integridade de cada pessoa que estiver ali. A orientação é que as pessoas se afastem dos locais onde exista atos de vandalismo”, afirma Amanda.
A Marcha do Vinagre vai levar um carro de som para repassar orientações, inclusive em caso de confusões. Muitos defendem que, em episódios de violência, quem está ali pacificamente deve se sentar. Isso ajudaria a expor os vândalos.
Adesão policial
Segundo o presidente da Associação dos Praças do DF (Aspra/DF), sargento João de Deus Carvalho, a maioria dos 8 mil sindicalizados, entre PMs e bombeiros, irá à Esplanada dos Ministérios reivindicar melhorias na categoria. “Somos cidadãos como qualquer outro, com direitos e deveres, e a favor das manifestações, desde que pacíficas e ordeiras”, explica.
A PM pede, entre outras coisas, novo Código de Conduta Ética, auxílio-transporte no contracheque e adicional de tempo de serviço anual. O chefe da comunicação da PMDF, Zilfrank Antero, disse que os policiais têm o direito de manifestar, desde que não estejam uniformizados. “Podem reivindicar, mas não podem cometer também crimes militares, e devem manter a ordem”, esclarece. O Sindicato da Polícia Civil (Sinpol) não participará.